
“A conferência (do clima) será uma oportunidade para o país mostrar ao mundo como a produção agropecuária nacional pode ser parte da solução da crise climática”. A afirmação é do presidente da COP30 e secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores (MRE), André Correa do Lago, que participou de reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Fiesp. O vice-presidente da Aciub e conselheiro do Cosag, Sérgio Tannus, também participou da reunião de forma virtual.
Presidido por Jacyr Costa, o Cosag reuniu, na segunda-feira (2/6), autoridades e especialistas para debater o papel que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima 2025, que acontece em Belém, entre os dias 10 e 21 de novembro, pode ter como instrumento de valorização do agronegócio brasileiro.
Em sua exposição, o embaixador ressaltou que o Brasil pretende dar protagonismo ao setor agrícola na COP30 e destacou que o setor tem potencial de contribuir com soluções. “A conferência será uma vitrine para o papel do país na segurança alimentar e na transição para uma economia de baixo carbono”, complementou.
Na abertura do encontro, o vice-presidente da Fiesp e “climate high-level champion” (campeão climático de alto nível) da COP30, Dan Ioschpe, afirmou que o Brasil tem a chance de alinhar protagonismo climático com desenvolvimento socioeconômico. “Não há caminho de desenvolvimento que não passe pela sustentabilidade. Sem isso, caminharemos para trás”, disse.
De acordo com Ioschpe, o Brasil tem vantagem competitiva em agricultura regenerativa, energias renováveis, bioeconomia e tecnologias florestais.
“A questão do financiamento é desafiadora. Por um lado, gostaria de ver mais recursos disponíveis. Por outro, é verdade que já existe um montante significativo. Precisamos garantir que estamos conectando os recursos e os projetos”, disse Ioschpe.
Já segundo a diretora executiva da COP30, Ana Toni, o sucesso da conferência em Belém será medido pela capacidade de implementar os compromissos já estabelecidos. “Vai depender de conseguirmos redirecionar os esforços globais de negociar compromissos para acelerar a implementação”, afirmou.
Ana Toni lembrou que o Brasil já tem muitas soluções para agricultura e energia. “O desafio é dar escala e acelerar a implementação das tecnologias que permitem reduzir emissões de gases de efeito estufa”, explicou.
Para o secretário adjunto da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Pedro Corrêa Neto, com o seu setor agropecuário, o Brasil tem condições de ser parte importante da solução para as mudanças climáticas em escala global.
“O país tem uma grande capacidade de influenciar as políticas globais de descarbonização, aproveitando sua vasta extensão territorial e o potencial para recuperação de áreas degradadas”, concluiu.
Via: Lúcia Rodrigues, Agência Indusnet Fiesp / Adaptado