Na última segunda-feira (24/10), o vice-presidente da Aciub, Sérgio Tannus, representou a entidade de forma online em mais uma reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), da Fiesp. Sob a liderança do presidente do Conselho, Jacyr Costa, o grupo se reuniu para debater o financiamento do agronegócio no mercado financeiro. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, participou do encontro acompanhado de outros integrantes da pasta, assim como representantes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Um dos principais setores da economia brasileira, o agronegócio representa 27% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. A balança comercial do setor cresceu 20% em 2021, na comparação com o ano anterior, com saldo positivo de US$ 105 bilhões. O ministro Marcos Montes, destacou a importância do segmento para a economia do país e para o mundo. “Atualmente exportamos 30% da produção. Todo o restante é destinado ao consumo interno. O Brasil é um celeiro, com um agronegócio pujante e potencial para crescer ainda mais”, disse.
O setor tem potencial para crescer ainda mais por meio do mercado de capitais, segundo o superintendente da divisão de securitização da CVM, Bruno de Freitas Gomes. Lançando mão desses instrumentos, é possível obter formas mais vantajosas de financiamento, uma vez que o ambiente se torna cada vez mais favorável, com mais produtos, maior nível de governança e olhar mais atento para o setor. “Os Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros) foram um grande avanço”, disse Gomes sobre o produto, que já ultrapassa os 50 mil investidores no Brasil.
O fomento ao mercado de crédito privado também foi destacado pelo secretário adjunto de política agrícola do MAPA, José Ângelo Mazzilli Junior. Segundo ele, o agronegócio não cabe mais no crédito rural e é necessário simplificar e flexibilizar regras, mas sempre com mais segurança jurídica.
“Depois da primeira lei do agro, em 2020, a evolução do mercado foi enorme, com o crescimento de 947% no estoque de Cédulas de Produto Rural (CPRs)”, contabilizou Mazzilli, que considera o setor o mais resiliente da economia.
O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Barroso do Nascimento, confirmou a intenção de aprofundar a interação entre CVM e o agronegócio e disse que “o assunto será prioridade” durante sua gestão.
Por Alex de Souza, Agência Indusnet Fiesp