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Artigo: a educação financeira e os resultados do seu negócio

Neste artigo eu vou trazer informações importantes para que nós possamos refletir sobre a importância da educação financeira para os resultados do seu negócio. Você vai entender porque essa questão é ou deveria ser política permanente da gestão de pessoas em qualquer organização.

Desde que comecei a trabalhar na área financeira há 12 anos, eu recebo relatos frequentes de funcionários de empresas com problemas financeiros, muitos destes atribuem o resultado ao próprio trabalho, alegando remuneração baixa ou a falta de incentivos do empregador.

Por mais que isso seja uma alegação sem lógica, já que o profissional é livre para escolher o trabalho e para decidir o que faz com o dinheiro que ganha, precisamos analisar melhor esta situação, para ficar claro para as empresas o tamanho do problema e entendermos a importância da educação financeira como política de recursos humanos.

Dentre as principais consequências das questões financeiras estão:

Estresse

O estresse é causador de doenças que levam à maior utilização dos serviços de saúde, além de ser prejudicial para o clima no ambiente de trabalho e para a produtividade. Pode ainda aumentar os erros e acidentes no ambiente corporativo.

A Associação Americana de Psicólogos faz desde 2007 uma pesquisa sobre as causas do estresse e suas consequências. Desde 2008 o dinheiro é o principal fator de estresse entre os americanos, concorrendo com o próprio trabalho, que vem junto liderando as pesquisas.

Produtividade

A PricewaterhouseCoopers publica anualmente outra pesquisa sobre o bem estar dos empregados e o relatório de 2018 mostrou que as finanças são causa de distração no trabalho para 25% das pessoas. Destes, 43% gastam três horas ou mais por semana do trabalho com questões financeiras pessoais.

Produtividade por si só significa resultado. São horas de trabalho sendo pagas para as pessoas ficarem pensando nas questões financeiras pessoais.

Isso ainda tende a ser uma espiral negativa crescente, uma vez que as questões financeiras afetam as outras áreas da vida da pessoa que também vão refletir negativamente no trabalho.

É interessante pensar que quando um funcionário apresenta baixa produtividade nem sempre é em função de não saber desempenhar sua função. Já vi empresas com problemas no atendimento aos clientes darem cursos para os funcionários sobre “como atender bem os clientes”. Não há nada de errado nisso, desde que seja feita a correta identificação das causas. O funcionário que atende mal pode estar fazendo isso apenas por problemas financeiros ou porque está vivendo um mau momento no seu relacionamento (ou ainda em outra área da vida).

Aumento de demandas

A má gestão das finanças pessoais podem gerar demandas que seriam desnecessárias ao departamento de pessoal, como adiantamentos, vales, pedidos de demissão para utilização de “acerto” ou até solicitação de crédito consignado sem medida, quando o empregador oferece este benefício.

Perda do valor de outros benefícios

Algumas empresas oferecem benefícios muito interessantes quando olhamos de fora, mas que nem sempre são percebidos como algo realmente de valor. As questões financeiras pessoais influenciam neste resultado.

Por exemplo: já recebi em meu escritório várias pessoas que ao falarem de um ou outro benefício que a empresa oferece vem com a frase “a minha parte poderia ser em dinheiro”. Isso na maioria dos casos acontece porque o foco da pessoa está na situação financeira, fazendo com que ela deixe de enxergar os ganhos dos benefícios oferecidos pela empresa.

O que é Educação financeira e quais os benefícios?

Segundo o Personal Finance Employee Education Fund, cada dólar investidos em educação financeira pode retornar até 3 dólares, dependendo do tamanho do negócio, renda média anual, despesas com turn over e com saúde. Então fica claro aqui que não é fazer o papel de “empresa boazinha”, já que a própria empresa é beneficiada.

Embora o termo “educação financeira” remeta a planejamento, números, planilhas e cálculos, educação financeira está muito mais relacionada à visão de mundo, aos valores e ao comportamento dos indivíduos do que qualquer outra coisa. Por isso o aconselhamento, distribuição de panfletos ou iniciativas apenas informativas são pouco eficientes.

É como dar um cardápio cheio de legumes para alguém que quer emagrecer e que é viciado em doces. A pessoa pode até seguir por alguns dias, mas se não trabalhar a causa que a faz comer doces, não terá um resultado duradouro.

Então um bom programa de educação financeira deve trabalhar o planejamento e a mudança de mentalidade. Deve levar as pessoas a olharem para a própria vida, primeiro para entenderem que são as únicas responsáveis pelos resultados que obtém e que a mudança também é individual. Depois precisam ser levadas a identificarem as reais causas do que estão vivendo e passo a passo devem ser conduzidas a um novo estilo de vida que refletirá em uma nova realidade financeira.

No fim das contas todos ganham: o funcionário, a empresa e a sociedade.Se quiser falar comigo é só enviar uma mensagem para 34-99819-0250

Afetuoso abraço,
Rafael Recidive – Núcleo de Gestão de Pessoas, do Empreender na Aciub.


Fontes das pesquisas (acessado em 15/04/2019)
https://www.apa.org/news/press/releases/stress/2018/stress-gen-z.pdf


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