A sigla ESG, que vem do inglês ‘Environmental, Social and Governance’, pode ser traduzida como sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa, e representa conceitos importantes ao cumprimento das metas para o desenvolvimento sustentável propostas pela ONU. Apesar disso, o conceito de ESG ainda desperta dúvidas na comunidade empresarial. Pensando nisso, o Aciub Mulher realizou na noite da última terça (18/04) um Talk Show para falar sobre essas práticas e esclarecer dúvidas. O evento reuniu empreendedores e especialistas no assunto para discutir a sustentabilidade e responsabilidade social no mundo dos negócios.
O talk show foi comandado por um time de mulheres que dominam a temática: Tomaídes Rosa, vice-presidente da Aciub e empresária atuante em múltiplos setores, como investimentos e agronegócio; Adriana Nozela, economista com mais de 35 anos de experiência nas áreas de finanças, governança e sustentabilidade no mundo corporativo; e Valdirene Pedrosa, advogada, diretora jurídica, de recursos humanos e de governança da TV Integração, afiliada Rede Globo. A mesa também contou com a mediação da presidente do Aciub Mulher, Rosiris Cerizze.
No evento, Adriana Nozela destacou que o ESG se mostra como uma estratégia de ações e práticas que não visam somente os lucros financeiros, mas também a performance de uma empresa em relação aos aspectos ambientais, sociais e de governança. Essa visão tem se tornado importante nos últimos anos, pois os investidores estão cada vez mais preocupados com questões que vão além dos lucros financeiros. “Até 2004 nós falávamos no mundo corporativo em responsabilidade social e, eventualmente, em sustentabilidade ambiental. Em 2004 um grupo de 20 instituições financeiras, 20 bancos, de 9 países, juntamente com a ONU publicaram um relatório com o título: ‘Who care, wins’, ou seja, aqueles que cuidam, que se importam, saem ganhando. Foi a primeira vez que o tema ESG, de uma forma conjunta, surgiu”, compartilhou.
Durante o bate-papo entre as palestrantes convidadas, a importância do ESG ficou evidenciada pelos impactos positivos que as empresas que seguem essa abordagem conseguem gerar. Além de melhorarem a sua reputação e imagem no mercado, essas empresas tendem a ser mais eficientes e inovadoras, o que resulta em melhores resultados financeiros a longo prazo. Além disso, ao tratar de questões sociais e ambientais, as empresas ESG contribuem para o desenvolvimento sustentável e para a proteção do meio ambiente, o que é fundamental para garantir um futuro viável para as próximas gerações.
Sobre as práticas sustentáveis no campo, a vice-presidente da Aciub, Tomaídes Rosa, salientou a influência do agro no tema. “O agro brasileiro, hoje, é um grande produtor de energia com neutralidade de carbono, que é o álcool de milho de segunda safra. Porque a gente produz no mesmo lugar a safra de verão e a safra de inverno, e entre 120 a 150 dias é possível fazer um combustível que não produz nenhum tipo de gás de efeito estufa”, esclareceu a empreendedora.
Valdirene Pedrosa também fez questão de afirmar que o ESG tem de se tornar uma prática habitual para as pessoas, seja no ambiente pessoal ou de trabalho, e não adianta fechar os olhos para os desafios sociais e ambientais que precisamos enfrentar. “Quando a gente fecha o olho, aquilo que a gente tinha visto desaparece, mas tá tudo ali no mesmo lugar. O ESG é isso pra gente, enquanto ser humano, consumidor, empresa, ele está na nossa frente: as questões, os problemas, elas continuam aqui”, destacou ela.
Para apoiar os participantes a desenvolverem e traçarem boas práticas em ESG, as especialistas compartilharam algumas das principais ações que podem ser tomadas, como a adoção de políticas de sustentabilidade, preservação ambiental e diversidade; avaliação dos impactos ambientais e de governança; transparência nas informações e prestação de contas; investimentos em projetos ESG; engajamento com stakeholders; e adoção de práticas éticas e responsáveis no dia-a-dia.
A presidente do Aciub Mulher, Rosiris Cerizze, foi a responsável pela mediação do Talk Show e destacou a importância de se colocar em pautas assuntos que apoiam empreendedoras e empreendedores a desenvolverem seus negócios em todos os âmbitos. “Nosso Talk Show foi uma provocação para saber se as empresas já estão preparadas. ESG é um tema super atual, e foi uma oportunidade de capacitação aos nossos associados e ao público em geral, além de fazer networking. Estamos muito felizes com o resultado do evento e ficou realmente com um gostinho de quero mais!”.
O evento contou com o apoio do AL-INVEST Verde, que é um projeto financiado pela União Europeia que tem como objetivo promover o crescimento sustentável e a criação de empregos no Brasil e em mais 17 países da América Latina. A iniciativa visa apoiar as micro e pequenas empresas latino-americanas na transição para uma economia circular, eficiente em termos de recursos, com baixa emissão de carbono e baseada em inovação e digitalização. A Aciub executa um dos dois projetos brasileiros aprovados para compor a chamada do programa AL-INVEST Verde. O projeto, intitulado Economia Circular no Triângulo, visa promover a produção, o consumo e a gestão integrada de resíduos sólidos ambientalmente responsáveis e com base nos princípios da economia circular. Ao longo de sua execução, o programa irá fornecer capacitações, assistências técnicas, atividades de promoção comercial, networking e outras ações para contribuir com a produtividade e a competitividade das MPEs na região.