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Vice-presidente da Aciub participa de reunião da Fiesp com a candidata à presidência da República, Simone Tebet (MDB)

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, abriu o encontro com a candidata à presidência da República, Simone Tebet (MDB), na última segunda (01/08) expressando a preocupação da Fiesp e do Ciesp com a retomada do crescimento nacional e a reindustrialização do país. Foi o terceiro encontro com os presidenciáveis promovido pelas entidades, e o vice-presidente da Aciub, Sérgio Tannus, participou do encontro representando a Aciub.

Segundo ele, o crescimento passa pela indústria de transformação, que é o segmento com maior poder multiplicador, grande gerador de empregos de qualidade e inovador. Porém, hoje, apesar de ser responsável por quase 30% do recolhimento de impostos, sua participação no PIB é de apenas 11%. “A indústria de transformação deve ser sócia no desenvolvimento nacional”, disse Josué.

Simone Tebet iniciou sua participação com a defesa da democracia e da Constituição. Exaltou diretos e liberdades, como de expressão, de ir e vir, de se ter poderes harmônicos entre si e de o eleitor ser livre para escolher seus governantes.

Ao falar sobre a polarização política atual, disse que o Brasil real não pode se resumir a duas personalidades ou governos populistas. “Precisamos falar dos problemas reais e das soluções concretas e definitivas para tirar o país da maior crise moral, institucional, política e social de nossa história desde a redemocratização”, afirmou, ressaltando que a sua candidatura é a única capaz de unificar o Brasil.

Tebet defendeu a estabilidade, a segurança jurídica e a sensibilidade social, sem perder de vista a responsabilidade fiscal, para zerar gradativamente a miséria, com transferência de renda. Seu programa de governo, segundo ela, se apoia no tripé agenda social, economia verde e parceria com a iniciativa privada.

Dentro da agenda social, a erradicação da fome é prioridade. “É um contrassenso o Brasil ser celeiro do mundo e ter 5 milhões de crianças passando fome”, disse. “É inadmissível termos um país tão rico com um povo tão pobre. Queremos ter programa de transferência de renda permanente, mas com condicionantes, como frequência escolar e vacinação das crianças”, completou.

Ela destacou, ainda, que dará ênfase à educação. “Precisamos tirar do papel e regulamentar a nova reforma do Ensino Médio profissionalizante”, afirmou. “O Ensino Médio é um grande gargalo”, disse. Josué pontuou as ações da indústria de São Paulo em prol da educação. Falou do papel da Faculdade Sesi, que forma professores gratuitamente e que estagiam nas unidades da rede e do programa do Sesi-SP em apoio à escola pública na recuperação de aprendizados pós-pandemia.

Fotos: Everton Amaro/Fiesp

Em relação à economia verde, Simone Tebet foi direta. Disse que o desmatamento ilegal tem de ser eliminado e descartou uma eventual disputa entre o agronegócio e o meio ambiente. “É o agronegócio com o meio ambiente. O agronegócio é sustentável, sim. Existem muitos investidores que querem aportar no Brasil, mas precisam da garantia de que os contratos serão firmados e honrados, de que haja leis perenes e que não mudem ao sabor do vento”, disse.

Neste mesmo sentido, ela também destacou que dará atenção à questão climática, ao cumprimento do Acordo de Paris e à preservação das florestas. E, ainda, o retorno e fortalecimento dos órgãos de controle, como o ICMBio e a Funai. “A inovação é fundamental inclusive para fiscalizar”, disse, ao citar o o sistema de monitoramento de fronteira que ainda não saiu do papel desde o governo de Fernando Henrique Cardoso.

A candidata evitou falar em ‘tamanho do Estado’ e disse que é preciso debater não se ele deve ser mínimo ou máximo, mas qual o tamanho necessário. “Queremos um governo parceiro da iniciativa privada. O Estado é aquele que garante políticas públicas, mas deve deixar a iniciativa privada produzir e gerar emprego e renda”, afirmou. Ela ressaltou que não será possível provar que o governo é parceiro se o Estado não fizer sua parte, avançando nas reformas estruturantes, como a Administrativa e a Tributária.

Tebet anunciou que, se eleita, recriará o Ministério do Planejamento e Orçamento e que as pastas serão divididas entre homens e mulheres, além de incluir negros. Disse que será um governo liberal, mas com forte apelo social. “Vamos olhar para as minorias. Minha vice será uma mulher. Vamos mostrar que somos tão competentes quanto os homens”, completou a candidata.

No front econômico, Tebet disse que para reindustrializar o país é preciso garantir estabilidade macroeconômica. Para tanto, é necessário ter estabilidade institucional e política, com ambiente seguro para negócios, honrando-se contratos e adotando-se políticas de Estado e não de governo.

Segundo a candidata, entre as medidas estão garantir competitividade para o setor produtivo, executar marcos regulatórios, que passam pelo setor de logística, especialmente os leilões para a malha ferroviária que conta com 40 projetos, sendo 23 deles excepcionais. “Há US$ 40 trilhões no mundo para investimento no setor, mas que depende de o país ter economia verde e segurança jurídica”, informou.

No setor de infraestrutura, o ‘cemitério de obras inacabadas’, no qual se transformou o Brasil, precisa se transformar em canteiro de obras, com marcos regulatórios flexíveis e segurança jurídica, em parceria com o setor privado, especialmente para zerar o déficit habitacional nos próximos seis anos, com linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Quanto à produtividade associada à necessidade de investimentos e linhas de crédito compatíveis, especialmente para micro, pequenas e médias, a candidata frisou que o BNDES precisa ser o banco do emprego, do fomento social: “O foco é emprestar com metas e resultados e saber aonde queremos chegar com essa linha de financiamento. Tirá-lo da inércia e do Ministério da Economia”.

Em relação à Taxa de Longo prazo (TLP), a candidata enfatizou a garantia de estabilidade macroeconômica, mais a função dos Fundos garantidores e o papel essencial do Pronampe, surgido no período da pandemia, mas que deve ter continuidade. “Os setores de bens e serviços são os que mais geram emprego e não conseguem se sustentar a não ser com os esses fundos”, concluiu Simone Tebet, finalizando sua exposição.

Por Alex de Souza e Solange Sólon Borges da Agência Indusnet Fiesp

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