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Reunião da diretoria recebeu CEO da Arko Fertilizantes para falar sobre fertilizantes e o tratamento de resíduos industriais

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de produtos agrícolas, por isso o mercado de adubos e fertilizantes químicos é de grande importância para a economia do nosso país, ocupando o primeiro lugar no ranking de importação brasileiro. Pensando em estratégias para melhorar a produção nacional desses insumos essenciais, a Aciub recebeu na última segunda-feira (5/6), o empresário Felipe Britto, CEO da Arko Fertilizantes, para apresentar um case de sucesso na produção sustentável de fertilizantes agrícolas. 

Durante o bate-papo, Felipe falou sobre diferentes questões abordando a produção e também a importação de fertilizantes no Brasil. Um exemplo foi a Rússia, maior exportadora mundial de fertilizantes e responsável por mais de 15% da produção global, e que hoje passa por uma guerra contra a Ucrânia. Segundo o empreendedor, essa situação pode impactar diretamente o mercado, o que teria consequências diretas na produtividade do agronegócio brasileiro e no preço dos alimentos de forma geral, visto que o país importa fertilizantes dos russos. 

Atualmente o Brasil não produz nem 10% dos fertilizantes que consome, sendo quase totalmente dependente de importações, e por isso é importante pensar em alternativas e projetos que estimulem a produção destes produtos no país.  O CEO da Arko também destacou que uma vasta extensão do nosso país é de terras pobres em nutrientes, que necessitam de constante fertilização, o que tende a aumentar a necessidade por fertilizantes. 

Além disso, segundo Felipe também é necessário buscar alternativas mais eficientes que os tradicionais fertilizantes minerais NPK – Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K) – como explica ele: “Como ocorre uma perda no aproveitamento dos componentes químicos dos fertilizantes, como nitrogênio, fósforo e potássio, com uma média de aproveitamento de apenas 40%, não basta apenas produzir. É uma situação muito preocupante. Enquanto o mercado está preocupado em explorar e expandir, nós também estamos preocupados com a eficiência”, ele afirma.   

Uma alternativa à utilização dos fertilizantes puramente minerais de NPK pode ser encontrada nos fertilizantes organominerais. O que difere os dois é a parte orgânica, feita de dejetos animais, principalmente porco e frango. Os organominerais liberam nutrientes de forma gradual, ao longo da fase de desenvolvimento da planta, e contribuem para promover uma reciclagem dos nutrientes, melhorando o solo e impedindo que resíduos fiquem no ambiente. 

Mas não basta apenas focar na produção de qualquer fertilizante organomineral, já que eles apresentam certa dificuldade de aplicação no solo em áreas extensas, como afirma Felipe: “O desenho da empresa começou a se preocupar com essas quedas de eficiência. Então nós estamos preocupados em aumentar a produção para suprir a demanda, mas também em melhorar o desempenho de aproveitamento dos produtos”, conta o empresário. Por isso, principalmente os fertilizantes à base de turfa começaram a ser produzidos pela Arko, já que eles possibilitam uma aplicação mais fácil no solo quando comparados aos demais organominerais. A turfa é um material orgânico proveniente da decomposição de vegetais, e pode ser usado no lugar dos dejetos animais na produção de fertilizantes. 

A Arko Fertilizantes atualmente está construindo um empreendimento que visa alavancar a produção nacional. As novas instalações serão sediadas em Uberaba, e contarão com a segunda maior capacidade de produção de fertilizantes a base de turfa no Brasil. Essa iniciativa movimenta um mercado que ainda é muito pequeno em nosso país, e também garante que parte da produção agrícola seja mais sustentável, agredindo menos o meio-ambiente. 

O evento contou com o apoio do AL-INVEST Verde, que é um projeto financiado pela União Europeia que tem como objetivo promover o crescimento sustentável e a criação de empregos no Brasil e em mais 17 países da América Latina. A iniciativa visa apoiar as micro e pequenas empresas latino-americanas na transição para uma economia circular, eficiente em termos de recursos, com baixa emissão de carbono e baseada em inovação e digitalização. A Aciub executa um dos dois projetos brasileiros aprovados para compor a chamada do programa AL-INVEST Verde. O projeto, intitulado Economia Circular no Triângulo, visa promover a produção, o consumo e a gestão integrada de resíduos sólidos ambientalmente responsáveis e com base nos princípios da economia circular. Ao longo de sua execução, o programa irá fornecer capacitações, assistências técnicas, atividades de promoção comercial, networking e outras ações para contribuir com a produtividade e a competitividade das MPEs na região.

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