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Comércio entre Brasil e China foi tema da reunião do Cosag, com participação da Aciub

O embaixador chinês, Yang Wanming, participou na última segunda-feira (2/09) da reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em que a Aciub é representada pelo vice-presidente, Sérgio Tannus. O aprofundamento das relações bilaterais de comércio entre Brasil e China foi uma das bandeiras levantadas pelo embaixador chinês, que ainda apontou frutas, lácteos, café e aves como potenciais produtos desta relação.

Segundo o embaixador na última década o país asiático foi o maior comprador de produtos agrícolas brasileiros, é esta relação deverá ser estendida com novos produtos. “O consumo per capita anual de carne bovina pelos chineses é de apenas 4 kg. Conforme projeções chinesas, o consumo desse produto duplicará até 2027, com uma importação anual de mais de 8 milhões de toneladas. Esse volume ultrapassa a produção total da Europa. Nos últimos quatro anos, a importação chinesa da carne bovina brasileira aumentou seis vezes e representa cerca de 1/3 da exportação anual do Brasil”, detalhou o embaixador, observando que esse fenômeno tem o potencial de ser replicado para outros produtos brasileiros, como frutas, lácteos e aves.

O café brasileiro também foi citado como atrativo à pauta de importação da China, que é o maior consumidor emergente de café do mundo, com crescimento anual de aproximadamente 30%. “Nos primeiros 5 meses deste ano, as importações de café brasileiro pela China aumentaram mais de 20% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso mostra a grande potencialidade de diversificação de produtos agrícolas comercializados. Queremos estimular a cooperação agrícola ao longo de toda a cadeia produtiva. A cooperação entre Brasil e China não pode ser apenas de produtos agrícolas, mas sim uma parceria estratégica de longo prazo”, afirmou o embaixador.

Além de destacar produtos, o embaixador afirmou que várias empresas chinesas estão interessadas em explorar parcerias conjuntas com empresas e fazendas brasileiras nas fases de pesquisa e desenvolvimento. Em contrapartida, o embaixador argumenta que o governo chinês espera que os brasileiros possam fornecer políticas facilitadoras ao investimento e cooperação nas áreas mencionadas.

Um problema que pode impactar nestas novas possibilidades, segundo Wanming, é a questão da logística. “Precisamos aprimorar a malha logística. Tenho visitado várias empresas e associações agrícolas e sinto que a logística é um entrave para elevar o nível para a nossa cooperação agropecuária e, ao mesmo tempo, é também uma grande oportunidade para investimentos. Precisamos explorar as cooperações na área de armazenamento de produtos agrícolas e na construção do sistema de logística. Isso permite reduzir os custos e elevar a eficiência da nossa cooperação no agronegócio, beneficiando o desenvolvimento de longo prazo de nossa cooperação agrícola e agropecuária”, apontou.

A reunião contou também com a presença do diretor do Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), Julian Zhu, que anunciou que a instituição está no Brasil há seis anos e em 2018 realizou US$ 100 bilhões em negócios entre os dois países, sendo 40% desse volume ligado ao agronegócio. “Os principais produtos financiados são proteínas como frango, porco e carne de vaca. Além de soja, milho, açúcar e etanol. Apoiamos outros setores também como fertilizantes, sementes e substâncias químicas”, disse, ressaltando ainda que o crescimento da demanda chinesa de proteína animal para frangos, porcos e carne bovina deve levar o Brasil a dar um salto no aumento da produção e exportação.

O vice-presidente da Aciub destacou a importância destas reuniões para o acompanhamento dos cenários e possibilidades de negócios. “Nestes encontros mensais recebemos convidados que explanam mais sobre seus mercados e atuações, trazendo números e expectativas que contribuem para o empresariado nacional entender novos cenários, perspectivas e tendência. Foi assim hoje que pudemos nos inteirar mais sobre as relações entre Brasil e China”, afirmou Sérgio Tannus.

Fonte: Cristina Carvalho, Agência Indusnet Fiesp.

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